sábado, 20 de abril de 2013

tia zê onírica

Essa semana tive um sonho lindo.
Um pouco estranho, porém bonito, de acordar com sorriso.
Eu me impressiono muito com sonhos, acho doido, procuro conexões, passo no mínimo um dia inteiro pensando nele.
Acho difícil contar sonho fazendo explicações no meio, fica difícil esclarecer o que é "ficção" ou não. Ou melhor, o que aconteceu na vida e o que aconteceu nesse mágico universo paralelo onde tudo é possível, presente e passado se encontram, mortos e vivos, conhecidos e desconhecidos.
Conto então o sonho e as referências "reais" entre parênteses:
Eu estava na Avenida Assumpção em Cabo Frio (nessa rua moravam, vizinhos, meus avós e minha tia-avó. todos vivem agora em outro plano astral onde infelizmente não podemos nos encontrar. ainda. nunca. não sei. viva os sonhos, pois.) Meus pais estavam pedalando por ali (precisamos fazer isso juntos) e, enquanto os esperava resolvi entrar na casa que havia sido de Tia Zê (irmã de meu avô que tinha beleza no nome: Zelinda), casa que havia sido vendida, me lembrava. Mas para minha surpresa, tudo estava lá. Funcionava uma produtora, ou algo do tipo, mas a estrutura toda havia sido conservada, a casa no alto, o chão de tábua corrida, o pé direito alto, quintal. E enquanto caminhava passando a mão nos desenhos das paredes, revendo estátuas e lugares onde brincava, eu lembrava da infância. De repente, apareceu Tia Zê, a própria. E eu ficava confusa, pois sabia que ela já tinha morrido, mas ela estava lá, visitando sua ex-casa, mas, já com a memória ruim, não se lembrava de mim. Conversamos um pouco, mas eu não disse quem eu era para não frustá-la com sua não-lembrança. Ao final do sonho o agora dono do local apareceu, falou um pouco sobre a estrutura da casa antiga, que ele gostava, e levei Tia Zê para fora, enquanto esperávamos meu pai, que havia entrado também e tardava a sair pois estava catando alguns objetos antigos que encontrara por lá.
Acordei cheia de saudades mas feliz por tê-la encontrado de alguma forma.
Tia Zê, muito bonita, a melhor doceira, com a melhor "fatia lulu" que comi, que mesmo depois de velhinha fazia hidroginástica na Praia do Forte e surpreendia a todos com seus saltos (aumentei?), elegante em seu maiô. Pequenininha, se parecia muito com meu avô. Depois foi morar numa casinha de madeira (de onde tenho mais lembranças que da casa imponente da avenida) que eu e minha irmã chamávamos de casa de boneca, onde ela mostrava fotos antigas, onde havia um pote com umas balas dessas artesanais, com desenhos. Tia-avó que eu chamava de tia e achava isso engraçado, engraçado de curioso, e tinha "linda" no nome, achava estranho, hoje acho incrível. Irmã do único avô que conheci e muito parecida com ele fisicamente, o paterno Alair, que casou com Maria Aline, de quem herdei o nome e as ancas, talvez. Alair e Zelinda de doces olhos azuis. Outros irmãos também herdaram a cor. Quando criança eu pensava "e eu não, que grande azar".
Amo sonhos.

a gente sempre acha que poderia ter aproveitado mais


3 comentários:

  1. Que barato! eu sempre lembro dos mortos importantes do passado enquanto vivo o presente e esboço em minha mente planos futuros.
    Saudades dos velhos tempos.
    Sempre falo pra minha esposa que Tia Zê vai puxar o pé dela de noite dando sua risada (inesquecível) para cobrar a ausência do sobrenome "Ferreira" de minha filha, já que ela não quis em hipotese nenhuma colocar
    Morituri te Salutant
    Felipe Secco

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  2. vou inserir aqui uns comentários que esse texto recebeu no facebook - quase todos de familiares - para que não se percam palavras tão bonitas:


    Zininha Abreu:
    Minha infância tb foi na casa do meu avô, seu bisavô, e com Tia Zê fazendo as balas de coco. Quando ela ia cortar as balas, ainda quente, a gente ficava esperando que caíssem no chão, pois aí a gente comia pq ela não ia vendê-las depois disso. Muitas lembranças daquela casa, de virar estrela no quintal, brincar no balanço que tinha no pé de sapoti, dos morcegos que vovô matava (porque comiam as frutas ele!).
    Nossa, que nostalgia...
    Ah, minha mãe também tem olhos azuis, mas nenhum de nós herdou... kkk
    Bjs
    20 de abril às 17:50 · Curtir (desfazer) · 3

    Zia Abreu:
    Lembrei de um buraco que tinha no muro, do tamanho de um tijolo que quando criança a gente fazia a comunicação da casa de vovô com a de Tio Alair. Mais tarde, mas crescidos, esse buraco era usado de apoio de pé para a gente falar por cima do muro. O tráfico de frutas e doces era feito através desse buraco, rs....
    20 de abril às 19:03 · Curtir (desfazer) · 4

    Zininha Abreu:
    É verdade... rs
    20 de abril às 19:42 via celular · Curtir

    Matheus Conque Seco Ferreira:
    Me emocionei lendo seu lindo texto, Lilica. Viva a Tia Zê!
    20 de abril às 21:04 · Curtir (desfazer) · 4

    Zia Abreu:
    Eu tb Matheus Conque Seco Ferreira!!
    20 de abril às 21:27 · Curtir (desfazer) · 1

    Laís Almeida:
    AAHHH!!!Q máximo,Alinee!!!!!!!Amei o sonho!!!LIndoo!!Aquela casaaa era incrível!!!A de madeira tbm...eu e a minha irmã tbm chamávamos d casa de bonecas!RS!!Saudade!Ainda bem q existem os sonhos!
    20 de abril às 22:28 · Curtir (desfazer) · 2

    Laís Almeida:
    Minha avó não tem olhos azuis,mas engraçado q em volta,eles são azuis!RS!
    20 de abril às 22:29 · Curtir (desfazer) · 1

    Ludmila Maia:
    Lindo! E quanto aos olhos, sempre preferi os castanhos.
    21 de abril às 14:14 · Curtir (desfazer) · 2

    Catarina Seco:
    Ai Lilica, que lindo texto! Tive uma nostalgia enorme agora, que saudade que me deu da casinha e da comidinha dela. Como ela era uma pessoa generosa e paciente. Gostaria tanto de ter um sonho assim! Sinto muita saudade dessa época com os nossos avós e tios que já se foram. Boa semana! Beijocas
    Segunda às 15:48 · Curtir (desfazer) · 1

    Rosely Miranda:
    É muito bom ter sonhos com pessoas que amamos. Lembra que sonhei com teu avô Alair e pela manhã senti o cheiro das orquídeas que ele me deu? Se somos pessoas boas, acho que os entes queridos sempre nos protegem.Você está tendo muita sorte em ver pessoas amadas em seus sonhos. Que Deus te ajude a elucidar o que não podemos explicar! Te amo.
    Terça às 16:26 · Curtir (desfazer) · 2

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  3. Lilica, que lindo texto.
    Tenho enormes saudades e boas lembranças dessa linda casa.
    Sinto uma enorme saudade da nossa querida Tia Zê.

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