segunda-feira, 18 de abril de 2016

Dia do Livro Infantil

Hoje, em meio ao clima instável na vida democrática do país, há algo a se comemorar (e valorizar). O Dia Nacional do Livro Infantil!
Sabemos como a educação é importante e tão frágil em nosso país. O gosto pela leitura vem também do exemplo, e é fundamental para que a pessoa desenvolva seu senso crítico.
Estimulemos as crianças a se expressarem e ampliarem sua visão de mundo através da palavra lida e escrita!
Deixo-lhes um teste da página Educar para Crescer que dá dicas, ao final, sobre possibilidades fáceis e tão prazerosas de se incentivar a leitura.

um dia escreveram este poema para/sobre mim (isso é tão raro)

na cor- reria das tuas unhas feitas de mulher eu ria e mirava aline mirando o impossível do horizonte abria com a faca a concha da lapa e vertia pra língua o sabor marinho que escondia e no cabo mais frio da noite refugiava as mulheres, os homens, no leito febril de sonhos eu via aline voando sem distinção ou medo do que pode ser ser feliz.

anna beatriz mattos

ajuda em poesia

Num dezembro de 2012, no twitter, eu pedia:

o que rima com RELÓGIO? preciso agora pra fechar uma poesia!

O que eu escrevia? Não faço ideia!rs

https://twitter.com/outrasbagatelas/status/284082980421525504

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Poeta ou Poetisa?

Mais que gramática, uma questão de gênero.
Quando eu, ainda criança, nas pequenas bibliotecas da casa e da escola, lia poesia, chamava as mulheres que as escreviam de "poetisas". Acho que era assim que vinha escrito nos livros, nas biografias. Achava bonito. Poesia com um "t". Até o dia em que me deparei com o poema "Motivo", de Cecília Meireles - talvez o único que eu saiba de cor (e um dos que eu mais me apodero e me identifico):
Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Não sei quando me descobri fazedora de poema (de poesia sempre fui). O primeiro poema meu que lembro, escrevi para um livrinho da escola, na então quarta série, aos 10 anos. Quando li o poema da Cecília, eu já era adolescente. Então, assim que li, pensei: "Sou poeta!", tanto na escolha da palavra como no ofício desta arte. 

Já adulta (que distante do passado, que distante do futuro - somos tão jovens - e selvaaaagens), fui trabalhar com uma professora de 70 anos e, para ela, preferir ser chamada de "poeta" não fazia tanto sentido. Ela me dizia achar "poetisa" mais sonoro, mais bonito. Mas eu e ela concordávamos que é uma questão de gosto. Chame-se como quiser. A todo tempo escutamos que somos quem queremos ser. Na medida do (im)possível. Ou, como diz Leminski - em frase que conheci através da cantautora Zélia Duncan -, "Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além"! 

Em relação à escolha da palavra, "o termo poetisa passou a ser contestado por ter sido atribuído a ele um significado pejorativo, cuja carga semântica denotava certa diminuição, inferiorização da literatura produzida pelas mulheres, que durante muito tempo permaneceram à margem de um padrão que priorizava o ponto de vista masculino em qualquer tipo de produção intelectual. Sendo assim, muito antes das questões evidenciadas pelas teorias feministas de gênero ganharem espaço, algumas escritoras apropriaram-se do termo poeta para intitularem-se, compartilhando com os homens a designação desse ofício." (fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gr…/poeta-ou-poetisa.htm )

Portanto, o ofício é o mesmo. Dilma Rousseff, por exemplo, poderia intitular-se "presidente", sem mudança alguma. No entanto, a palavra pode ser usada como gesto político, de reconhecimento, autoafirmação. Assim sendo,
Somos Poetas, Somos Presidentas!


ps: questões ainda a se pensar e conversar: 'poema ou poesia?' e 'quem se forma em Letras é...?'. ;)

quarta-feira, 23 de março de 2016

Exercício de traduzir Anas - Mendieta & Martins Marques


tradução minha do poema "mitológicas", de ana martins marques,
a partir de banco de palavras criado através da observação da foto de ana mendieta

























O poema de Ana Marins Marques:

Mortos em águas calmas
conservam os cabelos lisos
mortos em águas revoltas
os trazem encaracolados.
Eu, que morri de amor,
tenho os cabelos negros
pois morri em águas turvas
tenho os cabelos longos
pois morri em águas fundas
- sigo descabelada.





terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Oficina Multiplicando Leminski - 20, 21 e 22/01


Programa pro feriado?

É com muita alegria que os convido para uma tarde de Experimentação Poética à Máquina de Escrever dialogando com a obra do increible e Múltiplo Leminski em cartaz na CAIXA Cultural Rio de Janeiro !

Venha sentir essa exposição e aventurar-se na escrita !

Oficina Multiplicando Leminski
Dias 20, 21 e 22 de janeiro de 2016
Das 15h às 18h


Para todas as idades! Tragam suas crianças! É grátis, só chegar!

“Isso de querer ser exatamente aquilo que a gente é ainda vai nos levar além”

foto leminski: nani goes
foto 2: carol spork para misturebinha
link da exposição: https://www.facebook.com/events/1660650437528256/